domingo, 24 de novembro de 2013

Santa Maria dos Olivais




Santa Maria dos Olivais:
uma freguesia património de Lisboa






A freguesia de Lisboa foi criada em 6 de maio de 1397, pelo Arcebispo de Lisboa, D. João Anes, e confirmada por bula de 1 de julho de 1400, do Papa Bonifácio IX.
A formação da nova unidade eclesiástica fez-se com terras do Termo de Lisboa. Muito anteriormente, porém, as mesmas terras pertenciam aos arrabaldes citadinos, para lá de Chelas, com a Marvila das mesquitas mouras na posse do Bispado desde 1149; e, presumivelmente, à freguesia de Sacavém, constituída no século XII, talvez nos sítios dos Marcos, da Encarnação e da Portela. Limites vagos e oscilatórios.
Doado à capital em 1385, por D. João I, em recompensa de serviços prestados à Nação e à Realeza, esse Termo era assim mais ou menos condensável: «todo o território do reino compreendido entre oceano atlântico, por oeste; o mesmo oceano e rio Tejo, pelo Sul; o mesmo rio por leste; e limitado ao norte, talvez, pelo rio Alcabrichel, do lado do oceano, e pela ribeira da Ota, do lado do Tejo». Logo então, consequentemente, a área da futura freguesia ficara sob a alçada municipal administrativa e policial da cidade. Esta situação perdurou até ao século XIX.
Se foi favorável a Lisboa, a doação do Mestre de Avis terá desagradado a D. Nuno Álvares Pereira, senhor dos reguengos de Sacavém, Unhos, Frielas e Charneca, que apelou para o monarca. Mas, por carta de sentença da era de 13 de abril de 1429, o rei encarou sensatamente a reclamação do grande militar harmonizando os respetivos interesses: «julgamos q.a dita cidade aja as jurisdições dos ditos lugares liuremente, e husse dellas sem embargo das cartas das doações mostradas da parte do dito conde (estabre), e ssem embargo daquilo q. da sua parte he dito» .



 Ficheiro:Igreja de Santa Maria dos Olivais (Lisboa).jpg


Desconhece-se a data da construção da igreja matriz. Pelo ano da formação da freguesia, contudo, podemos localizá-la, pelo menos, no século XIV, sem menção do seu ou dos seus fundadores. Parece lendário o fato, mantido pela tradição, da imagem da padroeira ter sido encontrada na cavidade de um tronco de oliveira, ocasionado o batismo da nova jurisdição: de Nossa Senhora ou de Santa Maria dos Olivais. No entanto, foi conservado na sacristia, até 1700, o referido tronco, que o vigário da época mandara arrancar e recolher.



A proximidade de Lisboa, beneficiava, portanto, a nova freguesia, cuja área acusava imensos aglomerados; mas, em contrapartida, devesse-lhe também a lentidão progressiva do centro ocupado pela igreja, parte da modesta aldeia olivalense, em contraste com o aproveitamento mais acelerado das zonas periféricas, mormente das encostadas ao Tejo, para cá do Cabo Ruivo, consideradas, desde os primórdio, lindas cercanias oliponenses.
Ainda assim, o ponto escolhido para erguer o templo - restaurado nos séculos XVI e XVII, reconstruído depois de 1755 e outra vez renovado no século XIX - é sensivelmente equidestante dos limites de Sacavém e da praia (portas de entrada e de saída), e domina o vale ajoelhado, até à pouco tempo, ao sopé do Vale Formoso de Cima, da Laje e da Aldeia. E o fato não parece meramente acidental.
Nossa Senhora dos Olivais teria ficado a dever-se a solicitações da respetiva população, pela impossibilidade de participar do culto das igrejas de Lisboa e de Sacavém, muito afastadas e dependentes de péssimas ligações, sobretudo no inverno, como aconteceu com a Charneca, em 6 de novembro de 1511; e nela serviram três Irmandades, sob os nomes de Nossa Senhora do Rosário, das Almas e do Santíssimo, das quais só resta, atualmente, a última. Assim aconteceu também em Camarate, quanto ao número e à denominação das confrarias.

In wikipédia.




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